Poses vs. "Poses"


Fotografia de moda depende muito da atitude da modelo e da capacidade do fotógrafo em promover uma direção assertiva na divulgação de produto, local ou conceito.

As poses realizadas são resultadas dessa interação entre o fotógrafo e a modelo, mas também de uma consciência corporal que permita a modelo entender o comando do fotógrafo e saber ainda assim se aquela pose não irá resultar em "dobrinhas" (é sim! até as modelos top como a Gisele Bündchen produzem dobrinhas em uma pose mal feita) e comprometer a imagem certa para aquele trabalho.


Existem bancos de imagens com poses, livros, e mais um punhado de recursos que um fotógrafo pode usar para criar um repertório de poses e usá-las em seus ensaios. Já para as modelos, recomenda-se um bom curso de formação de modelo, pois os instrutores irão ajudar a menina/rapaz a compreender o seu corpo, curvas ou falta delas, postura e como sua personalidade pode imprimir atitude na fotografia de moda.


Outra ferramenta que cria uma boa desenvoltura para ambos os profissionais (fotógrafo e modelo) é um curso de teatro. Esse tipo de curso melhora muito a comunicação, desenvoltura e consciência corporal própria e alheia. O teatro também irá fornecer uma capacidade de comunicação franca e direta entre os dois profissionais.


Do ponto de vista do fotógrafo, entender a luz (novamente isso??? Sempre a luz será o elemento mais importante da sua fotografia!) como atua na modelo e no que ela está vestindo/usando. A luz irá criar sensações única na sua fotografia, irá imprimir emoções de maneira sutil e definirá o tom emocional do seu editorial.


Lembre-se que do início ao fim de um editorial de moda, o mais importante, é promover o objeto comercial do trabalho. Esse objeto pode ser um produto, uma ideia ou a própria modelo.


Promover o objeto comercial significa que através das fotos do editorial, diversos gatilhos emocionais devem ser disparados em quem vê sua fotografia em uma publicação (revista, web, jornais, etc.).


Os gatilhos emocionais são disparados pelo conjunto de luz e poses da modelo, onde o observador se identifica com a cena congelada na imagem.


Esses gatilhos emocionais serão decisivos para a compra/contratação do objeto comercial divulgado no editorial.


Uma colega produtora me disse que um dos principais problemas de se fazer fotografia de moda no Brasil é que as modelos pensam que basta serem bonitas e terem corpos esculturais. Ela muitas vezes precisa trazer/contratar modelos de outros lugares porque as modelos aqui não investem em sua formação, somente em seu corpo.


Esse tipo de pensamento entre as modelos brasileiras acaba criando dificuldades e um conjunto limitado de poses, atrapalhando o processo criativo na promoção do objeto comercial, resultando em um editorial com imagens nada impactantes, sem assertividade e atratividade para o consumidor.


#ficaadica - invistam em suas carreiras se querem mesmo ser modelo e trabalhar no mundo da moda! Façam um bom curso de formação de modelos, invistam em uma segunda língua e desenvolvam uma boa comunicação. Para os fotógrafos, invistam em cursos, workshops, cliquem muitooooooo! Entendam como a luz provoca emoções e como o corpo humano fala. Sem essas coisas, suas fotos serão somente imagens sem alma; sem uma assinatura e identificação do seu estilo fotográfico.

A nossa top nesse post - Kezia Aurea, investiu em idiomas, fala francês, inglês e espanhol, além de ter cursado teatro também.

Espero que as fotos e o texto sirvam de inspiração e orientação, e que mostram também que não existem atalhos. Se você quer muito trabalhar com moda, terá de investir muito de você mesmo para atingir seus objetivos, sempre com muito trabalho e esforço.

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